Não é de hoje que o ritmo biológico dos seres vivos tem sido estudado. Desde a Grécia Antiga este fator tem sido analisado por pesquisadores da época. Contudo, foi somente em 1950 que este mecanismo passou a ser considerada uma disciplina científica.
Todos os seres vivos, incluindo os humanos, criam ritmos de expressão funcional para se adaptarem à alternância entre dia (presença de luz) e noite (escuridão). Ao longo do dia, todos os seres apresentam o chamado ritmo circadiano, sendo estes os ritmos que se repetem a cada 24 horas. Existem também os ritmos ultradianos, que são inúmeros ciclos que se repetem a cada 24 horas, como, por exemplo, os batimentos cardíacos ou a respiração; também tem os ciclos infradianos, que se completam dentro de 28 horas ou mais, como é o caso do ciclo menstrual das mulheres (a cada 28 dias) e ciclo estrais em roedores (a cada 3 ou 4 dias nos ratos, por exemplo).
É importante ressaltar que indivíduos deficientes visuais, ou até mesmo em condição de laboratório, local onde não há dicas temporais, esses ritmos biológicos continuam se expressando, evidenciando a natureza endógena de tal processo.
A estrutura denominada núcleo supra quiasmático do hipotálamo anterior é considerado o nosso relógio biológico, uma vez que os neurônios presentes no mesmo são os responsáveis pelo ritmo circadiano. Informações que chegam até estas estruturas indicam o que está acontecendo no ambiente que cerca o organismo, estabelecendo deste modo os parâmetros que determinam nossas reações internas.
Também existe a glândula pineal, responsável pela produção do hormônio melatonina. Este, por sua vez, tem sua produção aumentada quando a retina envia sinais para a pineal de que a noite está chegando, que passará esta informação para o organismo todo. Como resultados ocorrem modificações na secreção hormonal, variações da temperatura corporal, estabelecimento do ciclo de vigília/sono e importantes alterações bioquímicas (disponibilidade de glicose, de colesterol, entre outras substâncias).
Sabe-se também que muitas das funções orgânicas ficam na dependência da condição de iluminação e que se repetem todos os dias. É conhecido que as crianças crescem mais durante o sono, pois neste período há uma maior liberação do hormônio do crescimento.
O ritmo biológico varia de indivíduo para indivíduo. Pessoas que acordam muito cedo, dispostas e bem-humoradas, são classificadas como indivíduos do cronotipo matutino. Pessoas que dorme até tarde, encontrando-se dispostas somente depois do almoço, com o máximo de eficiência no final da tarde, são classificadas como indivíduos do cronotipo vespertino. Há também, pessoas mistas, que ora apresentam predominância matutina, ora vespertina, grupo que representa a maior fatia da população (80%) e também aqueles que conseguem se ajustar com facilidade aos horários impostos. O cronotipo de cada indivíduo habitualmente define-se claramente somente na idade adulta, sendo que o mesmo é determinado geneticamente, devendo cada indivíduo, quando possível, adaptar sua rotina ao seu tipo, uma vez que diversos processos cognitivos dependem da atividade cíclica.
Sendo assim, a cronobiologia é capaz de determinar qual o melhor horário para um indivíduo realizar suas atividades rotineiras, como:
- Praticar atividades físicas;
- Relaxar;
- Dormir;
- Alimentar-se;
- Trabalhar e/ou estudar;
- Tomar remédio.
FONTE: Infoescola (https://www.infoescola.com/biologia/cronobiologia/) com adaptações realizadas pelo CD - Conteúdo Dirigido
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