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TEXTOS CESPE para Treinar





AGENTE PF 2018

Imagine uma operação de busca na selva. Sem mapas, binóculos ou apoio logístico; somente com um facão. Assim eram feitas as operações de combate à pornografia infantil 4 pela Polícia Federal até o dia em que peritos criminais federais desenvolveram, no estado de Mato Grosso do Sul, o Nudetective.
O programa executa em minutos uma busca que poderia levar meses, encontrando todo o conteúdo pornográfico de pedofilia em computadores, pendrives, 10 smartphones e demais mídias de armazenamento.
Para ajudar o trabalho dos peritos, existem programas que buscam os arquivos de imagem e vídeo através de sua hash 13 ou sua assinatura digital. Logo nos primeiros testes, a detecção de imagens apresentou mais de 90% de acerto.
 Para o teste, pegaram um HD com conteúdo já 16 periciado e rodaram o programa. Conseguiram 95% de acerto em 12 minutos. Seu diferencial era não só buscar pela assinatura digital ou nomes conhecidos, mas também por novos 19 arquivos por intermédio da leitura dos pixels presentes na imagem calibrados a uma paleta de tons de pele. Começava a revolução em termos de investigação criminal 22 de pornografia infantil.
Além da detecção de imagens e vídeos, todo o processo de busca e obtenção de resultados é simultâneo, o que 25 economiza tempo e dinheiro.
A licença de uso do software, que é programado em Java, é gratuita e só é disponibilizada para forças da lei e 28 pesquisas acadêmicas. Segundo seus desenvolvedores, nunca houve o intuito de venda, pois não enxergam sentido em lucrar com algo que seja para salvar crianças. Mas, então, por que não 31 deixá-lo disponível para todos? Somente para que não possa ser utilizado para criar formas de burlá-lo, explicam.
Desde seu lançamento, o Nudetective já foi 34 compartilhado com Argentina, Paraguai, Suécia, Áustria, Noruega, Nova Zelândia e Portugal. Ganhou reconhecimento e premiações em congressos forenses no Brasil e no mundo. Internet: (com adaptações).

TEXTO 02

— A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos 4 conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas 7 pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho. 10
 — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei.
— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas 13 não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes, 16 sem dúvida, a teriam encontrado.
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade. 19
— As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo 22 conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado, uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu 25 uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação 28 inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache 31 escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente 34 a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e, 37 muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa 40 extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios. (...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao 43 afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos 46 princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside 49 na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non 52 distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas. —
Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas 55 letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.
— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as 58 coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à mercê do delegado. 61
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo. Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias 64 amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há muito considerada como a razão par excellence.


IBAMA 2008 - BIÓLOGO

TEXTO 01

Reparação duas décadas depois 1 Francisco Alves Mendes Filho ainda não era um mito da luta contra a devastação da Amazônia quando foi preso, em 1981, acusado de subversão e incitamento à luta de classes no Acre, em plena ditadura militar. Chico Mendes se tornaria mundialmente conhecido, dali para a frente, por comandar uma campanha contra a ação de grileiros e latifundiários, responsáveis 4 pela destruição da floresta e pela escravização do caboclo amazônico. Por isso mesmo foi assassinado, em 22 de dezembro de 1988, na porta de casa, em Xapuri. O crime, cometido por uma dupla de fazendeiros, foi punido com uma sentença de 19 anos de cadeia para cada um. Faltava reparar a injustiça cometida pelos militares.
7 E ela veio na quarta-feira 10, no palco do Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Antes, porém, realizou-se uma sessão de julgamento da Comissão de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento, por unanimidade, da perseguição política sofrida por Chico Mendes no início dos anos 80 do século 10 passado. A viúva do líder seringueiro, Izalmar Gadelha Mendes, vai receber uma pensão vitalícia de 3 mil reais mensais, além de indenização de 337,8 mil reais.
Após assinar a portaria de anistia, Tarso Genro declarou que o assassinato de Chico Mendes está diretamente associado 13 à perseguição sofrida pelo seringueiro durante a ditadura. “O Estado brasileiro não soube compreender o que ele (Mendes) representava naquele momento”, disse o ministro. “O Brasil pede perdão a Chico Mendes”, afirmou, ao assinar o documento. Acompanhada de dois filhos, Izalmar Mendes mostrou-se satisfeita com o resultado do julgamento. “Era a hora de limpar o nome 16 do meu marido. Mais importante do que a indenização foi o pedido de desculpas feito pelo Estado”, disse a viúva.
O caso de Chico Mendes foi relatado pela conselheira Sueli Bellato. Emocionada, ela disse ter lido muito sobre o seringueiro morto para, então, encadear os argumentos que a fizeram acatar o pedido de reconhecimento e indenização interposto 19 por Izalmar Mendes. Chico Mendes foi vereador em Xapuri, onde nasceu, e se firmou como crítico de projetos governamentais de graves consequências ambientais, como a construção de estradas na região amazônica.
 No relatório, aprovado por unanimidade, a conselheira contou detalhes da vida de Chico Mendes, da infância pobre nos 22 seringais ao dia em que foi assassinado. Segundo Sueli Bellato, a atuação de Mendes contra grileiros e latifundiários rendeu, durante a ditadura, um arquivo de 71 páginas redigidas por agentes do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI). Foi por participar de um ato público, em 1980, que Chico Mendes passou a ser fichado e perseguido pelos militares. Em Rio Branco, o 25 seringueiro fez um discurso exaltado contra a violência no campo provocada pelos fazendeiros.
 Na época, Chico Mendes foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, acusado de “atentado contra a paz, a prosperidade e a harmonia entre as classes sociais”. Preso em diversas ocasiões, só foi definitivamente absolvido em 1.º de março 28 de 1984, quatro anos depois, portanto, de iniciadas as perseguições. De acordo com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatório não tenha se aprofundado na questão, foi possível constatar que Chico Mendes também foi torturado enquanto estava sob custódia de policiais federais.

TEXTO 02

A Amazônia possui aproximadamente 80% das espécies de peixes conhecidas para a região neotropical, 50% das espécies de aves, 40% dos mamíferos e 30% das espécies de anuros do Brasil. Como explicar essa enorme biodiversidade? A Teoria dos Refúgios, apesar de ser alvo de muitas críticas, é uma possível explicação. A idéia síntese que embasa a Teoria dos Refúgios é, segundo Viadana (2002, p. 20-21.): [...] flutuações climáticas da passagem para uma fase mais seca e fria durante o Pleistoceno terminal, a biota de florestas tropicais ficou retraída às exíguas áreas de permanência da umidade, a constituir os refúgios e sofrer, portanto, diferenciação resultante deste isolamento. A expansão destas manchas florestadas tropicais, em consequência da retomada da umidade do tipo climático que se impôs ao final do período seco e mais frio, deixou setores de maior diversidade e endemismos como evidência dos refúgios que atuaram no Pleistoceno terminal.


IBAMA 2013 – ADMINISTRATIVO

Entre os fatores que contribuem para a perda de qualidade de vida estão as péssimas condições de habitação e transporte no espaço urbano, que atingem sobremaneira a 4 população empobrecida. A urbanização irresponsável causada pelo processo de industrialização e pela ausência de reforma agrária faz com que o direito de moradia e o de locomoção, 7 ainda que direitos originários de necessidades humanas básicas, expressos na Constituição, sejam sistematicamente ignorados, o que compromete o descanso, o bem-estar e a paz dos 10 trabalhadores nas grandes cidades. Em vista disso, os trabalhadores não podem sequer recompor diariamente suas forças.
13 Temos observado que os empregados dos postos de trabalho de pior remuneração são os que moram mais distantes dos locais de trabalho e cotidianamente saem de casa duas ou 16 três horas antes da jornada, gastando o mesmo tempo para retornarem às suas casas. Causa-nos indignação constatar que esses empregados consomem o equivalente à metade do tempo 19 remunerado (e mal remunerado) para o deslocamento de suas casas até o trabalho e em péssimas condições de transporte, sempre em pé nos ônibus superlotados, ou esperando em 22 longas filas. Às vezes, ainda somos hipócritas, receitando para esses trabalhadores fórmulas para melhorarem de vida. Sugerimos que voltem a estudar para ocuparem postos mais 25 qualificados e com melhor remuneração, mas, no fundo, sabemos que é impossível, para eles, dispor de tempo para cuidar da formação profissional perdida. Por outro lado, a 28 classe média pode até se dar ao luxo de ter mais de um emprego, porque tem o seu próprio transporte, mesmo vivendo na ilusão de que, se trabalhar muito, poderá ganhar mais e 31 acumular dinheiro, para, um dia, enfim, poder curtir a vida. Só que, para muitos, esse dia não chega; as doenças modernas chegam primeiro.
34 Cabe aqui acrescentar outras necessidades humanas que têm sido sistematicamente relegadas a segundo plano. São elas os valores culturais, que incluem os saberes, as paisagens 37 naturais, os costumes e as tradições populares. A urbanização acelerada em todo o mundo foi a responsável pela perda da qualidade de vida de muitos trabalhadores, apesar de 40 aparentemente ter criado melhores condições de vida para parte da população.

TEXTO 02

O conceito de consumo consciente não envolve apenas o que você consome, mas também como você consome um produto, de quem você o adquire e qual será o seu destino após 4 descartá-lo. Pouco adianta usar sacolas retornáveis de uma empresa que não toma o devido cuidado em seu processo de produção, ou comprar alimentos orgânicos de um produtor que 7 não registra devidamente seus empregados, mas utiliza mão de obra infantil ou escrava.
Pesquisa recente promovida pelo Ministério do Meio 10 Ambiente (MMA) apontou que dois terços dos brasileiros disseram desconhecer o significado do termo consumo consciente. Dos que responderam saber o seu significado, 54% 13 o definiram como o ato de consumir produtos ou serviços que não agridam o meio ambiente nem a saúde humana.
Há diversas abordagens sobre a definição de consumo 16 consciente. De maneira geral, todas elas passam pela prática de consumir produtos com consciência de seus impactos, buscando a sustentabilidade.
19 O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), por exemplo, indica que a utilização de bens e serviços precisa atender às necessidades básicas e 22 proporcionar melhor qualidade de vida. Ao mesmo tempo, um produto ou serviço deve minimizar o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, assim como diminuir a emissão de 25 poluentes e a geração de resíduos.
Para o MMA, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária do cidadão para 28 garantir a sustentabilidade da vida no planeta. Envolve a ampliação dos impactos positivos e a diminuição dos impactos negativos no meio ambiente, na economia e nas relações 31 sociais.


 O custo ecológico das cidades

1 A avaliação do custo ecológico de uma grande cidade moderna nos oferece uma abordagem indispensável. A questão é importante como avaliação de casos consumados. 4 E, mais relevante ainda, para oferecer opções no sentido de frear o crescimento incontido das cidades de porte médio.
Nos países como o Brasil, onde não tem havido 7 qualquer preocupação mais séria com a invasão incontrolável dos espaços rurais pelos tecidos urbanos, a situação é particularmente crítica. Mesmo porque, para reverter o 10 processo, ou pelo menos contê-lo em níveis razoáveis, seria necessária uma reforma de mentalidade administrativa, mediante a incorporação de outras dimensões da percepção 13 dos fatos espaciais.
As cidades em processo rápido de crescimento no Brasil indicam pelo menos três modalidades de crescimento 16 dos organismos urbanos: um crescimento horizontal por partilha de espaços de antigas chácaras ou glebas congeladas para especulação, de dinâmica similar a uma mancha de óleo 19 em expansão; um crescimento vertical, à custa de edifícios de muitos andares, aproveitando as facilidades aparentes dos espaços centrais e subcentrais das cidades de porte 22 médio, acumulando funções residenciais em uma área de permanência duvidosa para tais funções; e, por fim, o mecanismo de maior gravidade, a partilha de glebas situadas 25 em posições descontínuas, a quilômetros de distância da área central, inicialmente semi-isoladas no meio de sítios e fazendas, os quais, por sua vez, são espaços potenciais para 28 loteamentos ulteriores e instalações de unidades industriais, com eliminação quase total das funções agrárias que responderam pelo crescimento e a riqueza iniciais da própria 31 cidade.
No Brasil do Sudeste, até a década dos 50, as cidades herdeiras do ciclo do café eram relativamente contidas e 34 funcionais, terminando bruscamente onde começava o mundo rural. Os derradeiros quarteirões urbanos faziam contato brusco com os primeiros e intermináveis cafezais e campos 37 de culturas em processo de diferenciação. Muitas vezes elas ficavam confinadas entre a linha dos trilhos e o eixo das rodovias: alguns quarteirões de além-linha; uns tantos 40 quarteirões de além-estrada. Pouco ímpeto na conquista dos espaços rurais adjacentes.
 Em 40 anos, sob o impacto de uma urbanização 43 agressiva, estimulada pela industrialização e pela descoberta do valor não-agrário dos espaços rurais, tudo se modificou, em uma dinâmica pontilhada de negatividades e de alto custo 46 social, propiciadora de imensas desigualdades.
Para conciliar desenvolvimento com justiça social, manter um equilíbrio razoável e flexível entre os espaços 49 rurais e urbanos, compatibilizar os espaços industriais com os espaços de moradia dos homens-habitantes, garantir a eficiência produtiva dos espaços agrários, ou seja, para novos 52 planos, novas ações e novas leis: há que se fazer um novo chamamento à consciência crítica técnico-científica dos brasileiros que não aderiram às oligarquias gananciosas

TEXTO 02

Os retirantes nordestinos atravessam as fronteiras regionais em direção ao Sul, como o faziam há cem anos. São levados pela dificuldade de ganhar a vida e de garantir uma 4 vida melhor para os filhos. Ao contrário do que acontecia até a década de 80, não se dirigem mais só ao Sudeste, notadamente para São Paulo e Rio de Janeiro. O Distrito 7 Federal (DF) e o seu Entorno hoje atraem 15,6% da população saída da região mais pobre do Brasil. Os fugitivos da pobreza esperam livrar os descendentes de pragas como a 10 do analfabetismo funcional — quando, depois de passar até três anos na escola, a pessoa não consegue entender o que lê. Na média, 31,2% dos brasileiros sofrem desse mal, e o 13 Nordeste ainda apresenta as piores taxas, segundo o Censo.

TEXTO 03            

A reciclagem de latas de alumínio movimentou algo como R$ 850 milhões no ano passado no Brasil. A estimativa mostra que o país está liderando o ranking mundial de aproveitamento de latas para envasar 4 bebidas. De todos os 10,5 bilhões de latas de bebidas consumidas durante o ano 2001, 85% foram recicladas. Estima-se que 150 mil pessoas estejam vivendo da coleta e venda de latas de alumínio no Brasil. Cada 7 quilograma, com 75 latas, é vendido por R$ 1,60. Um brasileiro que recolhe a lata e a vende para ser reciclada ganha, em média, o correspondente a dois salários mínimos por mês.

TEXTO 04
Quanto menos mexer, melhor 1 Quando o Arquipélago de Abrolhos, localizado na costa baiana, e o Atol das Rocas, que fica no litoral do Rio Grande do Norte, foram transformados em reservas 4 nacionais, no começo dos anos 80, o governo foi acusado de ameaçar o sustento dos pescadores. Apelava-se para um argumento que parecia razoável: qual o sentido de preservar 7 os animais e deixar o homem passando fome? Pelo menos do ponto de vista econômico, essa discussão faz pouco sentido atualmente. Cada hectare de natureza preservada gera dez 10 vezes mais receita por meio do turismo e dos recursos biológicos do que seria possível obter com atividades tradicionais — como pecuária e agricultura. Estudos mostram 13 que a indústria farmacêutica deve patentear mais de 20.000 substâncias encontradas na Amazônia nas próximas décadas. Segundo cálculos de cientistas brasileiros, o licenciamento de 16 apenas 1% desses produtos pode render mais de 2 bilhões de reais por ano ao país. É um valor impressionante, que corresponde a toda a riqueza obtida com a extração de ouro 19 em Serra Pelada. As pessoas estão acostumadas a ver a riqueza surgir a partir de grandes transformações. Nesse caso, vale o inverso. Quanto menos se mexe com a natureza, 22 melhor.

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